Consideradas raras no passado, as dificuldades de aprendizagem supostamente afetam, hoje em dia, pelo menos 5% da população, ou mais de 12 milhões de americanos.
O termo dificuldades de aprendizagem refere-se não a um único distúrbio, mas a uma ampla gama de problemas que podem afetar qualquer área do desempenho acadêmico.
O que crianças com dificuldades de aprendizagem tem em comum é o baixo desempenho inesperado.
Embora os prejuízos neurológicos possam afetar qualquer área do funcionamento cerebral, as deficiências que mais tendem a causar problemas acadêmicos são aquelas que afetam a percepção visual, o processamento da linguagem, as habilidades motoras finas e a capacidade para focalizar a atenção.
A mais saliente dessas é a hiperatividade, uma inquietação extrema que afeta 15 a 20% das crianças com dificuldades de aprendizagem. Alguns outros comportamentos problemáticos em geral observados em pessoas jovens com dificuldades de aprendizagem, são os seguintes:
Fraco alcance da atenção, dificuldade para seguir instruções, imaturidade social, dificuldade com a conversação, inflexibilidade, fraco planejamento e habilidades organizacionais, distração, falta de destreza e falta de controle de impulsos.
Esses comportamentos surgem a partir das mesmas condições neurológicas que causam problemas de aprendizagem. Infelizmente quando essas crianças não são compreendidas como tais, só ajudam a convencer pais e professores de que a criança não está fazendo um esforço para cooperar ou não está prestando a devida atenção.
Embora muitas crianças com dificuldades de aprendizagem sintam-se felizes e bem ajustadas, algumas (até metade delas, de acordo com estudos atuais) desenvolvem problemas emocionais relacionados, esses estudantes tornam-se frustrados tentando fazer coisas que não conseguem que desistem de aprender e começam a desenvolver estratégias para evitar isso. Eles questionam sua própria inteligência e começam a achar que não podem ser ajudados. Muitos se sentem furiosos e põem para fora, fisicamente, tal sensação, outros se tornam anciosos e deprimidos. De qualquer modo, essas crianças tendem a isolar-se socialmente e, com frequência, sofrem de solidão, bem como de baixa autoestima.
Estudos mostram que adolescentes com dificuldades de aprendizagem não apenas estão mais propensos a abandonar os estudos, mas também apresentam maior risco para abuso de substâncias, atividade criminosa e até mesmo suicídio.
Os pais de alunos com dificuldades de aprendizagem, em geral, tentam lidar com uma gama imensa de problemas. Seus filhos parecem sufucientemente inteligentes, mas enfrentam todo o tipo de obstáculos na escola.
Está comprovado que estudantes mais propensos a ter sucesso são aqueles que têm pais informados e incentivadores ao seu lado. Esse fator supera a qualidade do programa escolar ou a gravidade da própria deficiência em importância. Muitos estudos têm demonstrado que "cuidados parentais de qualidade" permitem às crianças crescerem e tornarem-se cidadãos felizes e independentes, mesmo quando a saúde ao nascer e as oportunidades educacionais são notavelmente fracas.
Entre os aspectos dos cuidados parentais citados pelos psicólogos como mais preciosos estão ensinar as crianças a fazerem o máximo com as capacidades que têm, encorajando-as a acreditar que podem superar os obstáculos, ajudando-as a estabelecer objetivos realistas e encorajando o orgulho, envolvendo-as em responsabilidades em casa e na comunidade.
As crianças que sabem de sua capacidade na maior parte das coisas - e que são completamente amadas - não deixam que essas deficiências as perturbem por muito tempo.
SMITH,Corinne. Dificuldades de Aprendizagem de A a Z, Um guia completo para pais e educadores. Artmed,2001.